Faz alguns meses, alguns muitos
meses, que não escrevo nada pensado especialmente para postar aqui. Como o fim do ano chegou de novo, decidi
escrever sobre esse último ano estranho.
O ano começou prometendo muito.
Ano de vestibular, problemas pessoais e especialmente familiares. Tudo começou
meio enrolado, idas e vindas constantes, minha mãe se mudando de cidade e de
repente eu tinha que passar na faculdade. E tudo ao mesmo tempo. Em vários
momentos eu tive certeza de que não conseguiria. E realmente não consegui fazer
muita coisa dar certo, não.
A rotina esse ano seria pesada de
qualquer maneira e o caminho que eu escolhi foi talvez o mais difícil.
Conciliar o último ano do colégio com o cursinho, por mais que não fosse
realmente um cursinho dos mais puxados, é uma tarefa arriscada e poderia
comprometer tanto meu desempenho no colégio como nos vestibulares que viriam no
fim do ano. Acabou acontecendo isso mesmo. Não aproveitei ao máximo as
oportunidades que o Colégio me ofereceu, não me esforcei ao máximo que poderia
e deveria nas aulas à tarde no cursinho e o resultado é meio óbvio... Fiquei
longe da minha nota de corte na Fuvest, a minha redação do Enem foi um fracasso
e minha entrada na UFMG foi pelo ralo, na prova mais importante do ano na
Cásper eu não sei o que aconteceu, devo ter me perdido no tempo além de outras
coisas, e eu acabei zerando um bloco inteiro de questões e por fim acabei sendo
desclassificado do processo de seleção. A primeira prova do ano foi a da PUC -
MG, e eu posso dizer que “voei”. Fiz 34 de 50 testes, minha redação teve nota
9,17 de 10 e eu fui aprovado em 17º lugar no curso de jornalismo. Talvez a
única vitória do ano. Eu tenho onde estudar, já não faria mais um ano de
cursinho ano que vem, como já havia decidido no começo do ano se aprovado em
qualquer uma das minhas opções. A questão de ter passado na PUC em Belo
Horizonte é mais forte do que ter um lugar bom para cursar a Faculdade, é mudar
de cidade, estado, deixando família e amigos por um tempo mínimo de quatro anos
e talvez para sempre. Por outro lado, vou junto da minha mãe que se mudou no
último ano e deixou muita saudade para mim aqui em São Paulo. 2013 será outro
ano difícil, com mais novidades e gente nova, rostos novos, cultura nova,
rotina nova. Uma chance para começar de novo. E eu realmente acho que estava
precisando de uma chance como essa. Amém.
Mudando um pouco de assunto, o
ano terminou para mim quase do mesmo jeito que começou. Namoro meio mancando,
cansado, lutando para manter-se em pé. E dessa vez não deu. Não é muito legal
ficar falando disso para todo mundo ver, mas não tenho o que esconder. O que
vale a pena se ressaltar é que apesar das inúmeras Hgadas que eu fiz, não foi
por nenhuma delas que de fato tudo terminou. Os problemas vão surgindo um atrás
do outro e de repente é hora de “deixar quieto”. Tudo de desgasta. Afinal, “o ‘para sempre’ sempre acaba”. Tudo que
se viveu não se esquece, as feridas um dia saram e tudo volta ao normal eu
espero, como já foi no passado. Minas deve dar uma força nisso ao me afastar de
tudo, porque parece que sua presença me faz lembrar que eu ainda me sinto
magoado, ferido, cansado, frustrado.
Amei demais. Sinto saudade demais. Sofro um pouco mais. E sigo em frente.
Porque eu preciso. Não porque acho que deveria. Porque eu preciso. E parece que
aos poucos eu vou me acostumando. O carinho e admiração não se apagam e os 2
anos e alguns meses de namoro não são esquecidos, guardo com muito amor nossa “Coisa” com nossos momentos e fotos, além
dos bichinhos de pelúcia e as cartas tão sinceras que foram trocadas. Amor de
verdade não se acaba, modifica-se e para sempre perdura.
Eu exorcizei vários demônios esse
ano. Alguns até sumiram. Na verdade, boa parte desse processo deve-se ao botão
do “foda-se”. Interessante como ao
clicá-lo as coisas ficam mais fáceis. Meus “inimigos”
foram quase todos desfeitos. Até porque eu mudei alguns hábitos, incorporei
novas “estratégias”, também conhecidas como costumes, deixei de lado, acabei
com alianças malfeitas, conheci gente nova e me lembrei de alguns que eu tinha
deixado pelo caminho. Eu mudei bastante esse ano. Mudei porque a situação
exigia, mudei porque simplesmente queria experimentar o novo, mudei porque a
gente muda mesmo. Eu errei mais um monte, de novo, mas acima de qualquer coisa
eu tentei sempre. Eu tentei de algum jeito, talvez da maneira mais errada
possível, mas eu tentei. E isso é suficiente para dizer que o ano valeu a pena.
A saudade que eu vou sentir dos
meus amigos e das pessoas que eu amo faz-se cada vez mais real e é interessante
como eu não consigo ver isso chegar. Hoje já é dia 30 de Dezembro e parece que
ainda falta muito tempo (4 dias) até eu colocar minhas coisas no carro e ir embora. Eu sempre quis acreditar
que, na verdade, tudo isso é só uma passagem e que eu não deixo ninguém para
trás mudando de estado, mas apesar de um tanto quanto inconveniente, isso é
mentira. Em quase 18 anos aqui em São
Paulo eu construí tudo que eu tenho.
Primeiro com minha família, que acabei deixando um pouco de lado esse ano por
conta dos estudos. Depois com meus amigos, alguns que estão comigo há mais de
dez anos. Por último e não menos importante, com meus amores que me fizeram
sempre sentir vontade de ser uma pessoa melhor. Eu vou ter que recomeçar. Fazer
novos amigos, aprender novos nomes e com eles novos jeitos e trejeitos. Entrar
em novos grupos, aprender e filtrar novas ideologias, participar de novos
costumes e deixar outras e mais coisas de lado. Mas eu vou seguir com fé. Eu
vou conseguir, disso eu tenho certeza. No final tudo dá certo e não porque tem
que dar certo, mas porque de alguma maneira nós abrimos o caminho para que tudo
dê certo. Esse ano de 2012 é o maior exemplo disso, apesar de tudo que
aconteceu, deu certo. Eu tenho onde estudar, vou de volta com minha mãe, em uma
cidade mais tranquila que São Paulo ganho uma chance novinha em folha de fazer
um outro capítulo da minha vida. E eu vou fazê-lo.
Já ia me esquecendo de uma das
partes mais sinceras e importantes, sim, importantes, da minha vida. Meu
Tricolor querido. O Soberano teve um ano tão conturbado quando o meu! Olha só
que coincidência... Todo mundo ganhando alguma coisa, até o Palmeiras conseguiu
uma copa do Brasil, e a gente ficando para trás. Trocou de treinador e 80% dos
camaradas que vestiam o manto saíram dando lugar a outros com mais brio. Chegou
o PH Ganso, que ano que vem deve servir de muita ajuda na Libertadores, que
voltará a ser disputada por nós Tricolores. E nossa maior estrela se despediu
por alguns milhõezinhos de Euros, Lucas foi à Cidade Luz, jogar com Ibrahimovic
e Thiago Silva e ainda no final das tardes vai poder passear por Paris, cidade
mais linda do planeta. No final do ano veio a Copa Sulamericana com os
lutadores, digo jogadores, do Tigre fugindo de campo de maneira ridícula na
partida final alegando que haviam sido esculachados pelos seguranças do São
Paulo e assim, consagramo-nos campeões da América do Sul B. Ano que vem tem Libertadores e muitas chances de título, pena
que vou acompanhar tudo pela TV.
Aproveitando o espaço,
Agradeço sinceramente a todos que
me apoiaram de alguma maneira esse ano. Não foi fácil, eu devo ter vacilado
algumas vezes com todos vocês e talvez até os culpado por minha incapacidade de
controlar e separar tudo que acontecia na minha vida. Não sei se o resultado é
o que esperavam de mim, mas de qualquer maneira eu não teria conseguido sem
vocês. Conto com o amor de cada um para mais um ano que vem e estamos sempre juntos.
31.12.2012