O papel recebe a ponta do grafite com agressividade apenas suficiente para que as letras se marquem sobre o branco. O som abrasivo é prazeroso e parece descarregar em letras aquilo que nem mesmo o coração consegue decifrar.
Permitir que se materialize as sensações em poesia é uma necessidade ambígua. Auto-repelente, eternamente frustrante e jamais satisfatória.
Aquele que se aventura na poesia aceita para si o fardo de ser incompleto.
Porque até o som do lápis faz a cabeça pensar naquilo que o coração não conseguiu sentir. E sempre vai faltar uma reposta.
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