A noite veio, as horas se passaram, e assim que acordou, Pedro foi em direção à cozinha para montar a mesa do café da manhã. Pela janela na frente do balcão da pia, via que os pássaros voavam alegres e que o sol parecia sorrir, o azul do céu era o mais forte que já tinha visto, e a água da piscina ao lado era convidativa à um mergulho. Decidiu que faria o próprio pão, e tinha certeza que o tempo seria mais que necessário, já que Isa deitada tinha a feição de um anjo e parecia demorar a acordar. Foi a padaria, comprou os ingredientes e uma forma diferente já que a ocasião exigia. Em menos de 20 minutos preparou a massa, e a levou ao forno. Receita antiga de família, exalava algo que lembrava amor, como tudo naquele dia também o fazia. E certamente o motivo de Isa acordar pouco antes do esperado era o que o pão no forno exalava. Levantou-se e procurou de onde vinha o cheiro, desceu as escadas e viu Pedro concentrado, e sem fazer muito barulho, sentou-se na escada e só observou cada movimento que ele fazia, e tudo a encantava, em seu pensamento disse: “É como se cada movimento que ele fizesse fosse aumentando o que sinto, já não sei o que fazer, vou sentar e assistir até que algo que não depende de mim aconteça e nos leve para aonde devemos estar.”
Mais ou menos 40 minutos esperando, e enfim, tudo estava pronto. Pedro virou-se em direção as escadas, e Isa já tinha voltado para cama esperando que fosse acordada com um beijo. Antes de chegar ao quarto, Pedro parou em frente ao espelho e jogou seu cabelo para todos os lados como fazia de costume, os deixando bagunçados e de uma forma cativante, enrolados. Isa, como toda mulher, assim que acordou foi ao espelho, e nada era necessário se fazer, tinha o rosto mais delicado e amoroso que uma mulher pode ter. Seus cabelos ondulados nas pontas, que tocavam o meio de suas costas, tinham a cor negra que realçava o verde de seus olhos e fazia um contraste perfeito com a brancura de sua pele. Sem fazer muito barulho, caminhando na ponta dos pés para que o assoalho de madeira não rangesse, se aproximou da cama, afastou o cabelo do resto dela, e com um beijo sutil a acordou dizendo “Bom dia, linda!” , antes de dizer qualquer coisa, Isa o puxou para cama, e segurando seu pescoço sorriu como nunca antes. Trocaram sorrisos e olhares por um tempo, Pê (como era chamado por Isa) se levantou e em seguida pegou Isa no colo e a disse “Tem um café da manhã nos esperando lá em baixo. Eu te levo até lá.” Primeiro dia – juntos – e tudo já parecia intenso como o calor que os aquecia e tão puro quanto o branco da neve recém caída do céu.
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