Os dias se passaram, e até que as férias de inverno em julho (pelo menos por aqui) se acabassem, todos os dias trouxeram algo que aumentasse a certeza, para ambos, do que acontecia entre eles. Pê tinha que partir daqui, o lugar que mais amava, e voltar aos estudos. No Canadá. Talvez a parte mais difícil fosse deixar Isa aqui, que tanto lhe fazia bem. Fez suas malas, colocou no carro de seus pais. Comprou flores, colocou em cima da cama e deixou um bilhete. Mas antes que Isa pudesse chegar ao quarto, os dois se encontraram no corredor após a escada, com lágrimas nos olhos os dois se abraçaram como se fosse a última vez, e sem dizer nada foi dito “Eu te amo, e vou sentir muito a sua falta” só em seus olhares, Pedro virou as costas e desceu as escadas, subiu no carro e viu que na janela do quarto principal Isa chorava segurando as flores que tinha deixado em cima da cama, Pê sorriu, e com as mãos fez um coração. Isa não teve forças para responder, virou as costas se deitou na cama e chorou pelo resto do dia. Adormeceu antes que percebesse que não estava em sua casa.
Acordou no dia seguinte, assustada, lembrou de pegar o telefone e dizer a seus pais que estava tudo bem e que voltaria para São Paulo naquela tarde. Pê e Isa se conheceram em Atibaia, quando ainda não sabiam o que era o amor. Foi para a rodoviária, sentou-se e ligou seu iPod no shuffle, a música que primeiro tocou foi “Two is better than one” - Boys like girls, não havia outra música que pudesse tê-la feito chorar. E chorou. A curta viagem de menos de uma hora, tornou-se a mais longa de sua vida e a cada lágrima que caia uma memória se estampava na paisagem que avistava pela janela. Pensou em pegar o celular e mandar uma mensagem, mas logo em seguida lembrou-se que Pê, a essa hora, já deveria ter percorrido metade de sua viagem.
Sentir falta e não pode tocar, desejar e nem ao menos poder sentir, amar e não poder realmente realizar o amor, foi a isso que as semanas seguintes se resumiram. O tempo passava e parecia que nada substituiria aquelas semanas de Julho. A saudade cresce e não diminui, como se espera sempre com o passar do tempo; e as memórias não se apagam, se fortalecem a cada vez que são desenhadas no pensamento; o dia 25 de julho foi o último que estiveram juntos, já era 29 de agosto e parecia que pouco tempo passara, afinal, janeiro de 2011 era a data marcada para que Pê voltasse, e parecia que nunca, nem em seus sonhos, chegaria. Isa caminhava sem destino pelas ruas de seu bairro, ouvindo sempre a mesma música; seus pensamentos sempre perdidos nas voltas que o cabelo de Pê fazia, e seus olhos verdes pareciam murchar e perder o brilho, como se não houvesse motivo para que eles brilhassem. Viver sem ele era como não viver. O que fazia seu coração quase parar era a forma que a saudade consumia suas forças, nada parecia ter sentido, e tudo apontava para o mesmo caminho “it's true that I can't live without you”.
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